Todo mundo tem aquela lembrança que preferia esquecer, tem aquele momento que queria voltar atrás e fazer tudo de novo . E comigo não é diferente . Eu tenho tantos "Joselitos moments" (pra quem não sabe, é um momento que você tá sem noção e só faz merda) que não consigo nem lembrar de todos . Então, pra fazer esse post, eu pedi a ajuda da minha querida mãezinha para me lembrar de tudo de ridículo que eu já fiz, desde meu nascimento . Vejam alguns que consegui lembrar :
1 ano : Quando eu era pequena, minha mãe não podia me deixar sozinha por um segundo que eu fazia merda . Uma vez, ela foi estender roupa no varal e me levou junto . Ela só não viu quando eu entrei na cozinha, abri o forno do fogão (eu não faço idéia de como consegui fazer isso sozinha, sério) e tentei entrar dentro . E eu consegui . E consegui fazer o fogão cair também, a sorte foi que ele era aqueles bem antigos, que ainda tinham estufa, e foi isso que segurou ele, dando tempo da minha mãe ouvir o barulho, correr pra cozinha e me tirar de dentro do forno . Bom, eu sai de dentro daquele forno pra ir direto pro chuveiro, porque eu tinha tomado um belo banho de óleo de cozinha .
1 ano e meio : Pra quem já reparou, eu tenho uma linda cicatriz na testa . Mas poucos sabem como eu consegui fazer ela .
Era uma tarde chuvosa, eu e minha mãe estávamos na casa da minha avó, e eu tive a maravilhosa ideia de abrir um guarda-chuva e ficar andando com ele . Minha mãe tentou tirar ele da minha mão, mas quem disse que conseguiu ? Sim, eu era uma criança muito birrenta . Aí, numa dessa andanças pela casa, eu tropecei num tapete que tinha no quarto, fui de cara no parafuso da cama e rasguei a testa . E sangrou, sangrou, sangrou . E eu chorei, chorei, chorei . E minha mãe entrou em pânico, acho que ela pensou que eu ia morrer . Ela me levou direto pro hospital; chegando lá o médico disse que não era nada grave e nem deu ponto, só fez um curativo . Mas até hoje, eu ainda acredito que não sou totalmente normal por causa dessa cicatriz ...
2 anos : É incrível como toda família sempre tem um bêbado pra encher o saco . A minha não é muito diferente ...
Era noite de véspera de Natal de 1997, e eu lembro desse dia como se fosse ontem . Eu cheguei na casa do meu tio, tava emburrada e meu sapato tava apertando meu pé, sem contar que a minha prima tava chata pra caramba . Eu fui ver a árvore de Natal e quase derrubei ela encima de mim . Tudo bem, eu era uma criança muito desastrada e ninguém viu . Depois, quando minha prima resolveu, finalmente, me dar um pouco de atenção, ela ligou o som e a gente foi dançar na sala . Já era quase meia noite e meu tio já tava bêbado, então vejam a merda que deu . Estava eu, toda contente, dançando (ou achando que eu tava) perto da televisão nova, e foi aí que tudo aconteceu . Eu nem tinha encostado na TV, mas meu tio achou que me viu mexendo na TV e saiu gritando comigo . Eu, chorona como era (e ainda sou), abri o berreiro . E minha mãe começou a discutir com ele . Resumo da história : Essa foi a última véspera de Natal que eu passei na casa dele, e a primeira lembrança dos piores Natais da minha vida .
3 anos : Eu tenho muito medo de batedeiras . Eu sei que isso é um medo anormal, mas vocês vão entender o porque assim que lerem este episódio que irei narrar .
Era um lindo sábado, minha mãe estava fazendo um bolo de chocolate e eu estava na cozinha com ela . Ela estava batendo a massa do bolo na batedeira, e eu olhando tudo bem de perto . Assim que minha mãe virou as costas e foi pegar não sei o que no armário, eu enfiei minha cabeça na batedeira . Meu cabelo todo enrolou, e eu comecei a gritar . Minha mãe, claro, correu e desligou a batedeira da tomada, mas a merda já estava feita . Eu tinha perdido um monte de fios de cabelos, e todos eles estavam ali, na massa do bolo . Então eu comecei a chorar . A chorar porque perdi metade do cabelo, porque ia levar a maior bronca da minha mãe e porque eu não ia comer o bolo, que parecia que ia ficar uma delícia . Só hoje eu vejo o perigo de uma criança na cozinha .
4º anos : O primeiro dia de aula marca a vida de qualquer pessoa . Eu acredito que qualquer um se lembre do seu primeiro dia de aula, afinal, é uma mudança e tanto . O meu também foi pra lá de marcante, mas não foi somente porque era o primeiro dia da minha vida que eu passaria numa sala, cheia de outras crianças encapetadas que eu não conhecia . No meu primeiro dia de aula, eu mandei a diretora ir pro inferno . Sim, eu tinha 4 anos, mal tinha saído das fraldas e já sabia mandar pessoas irem pro inferno, isso quando eu não mandava ir pra outro lugar . Mas enfim, lá estava eu, com meu cabelo preso em maria-chiquinha no topo da cabeça, meus olhos estavam até puxados dos lados de tão alto que minha mãe havia prendido meu cabelo . Eu parecia uma japa com cara de bolacha, redondinha pra caramba, vestida com o uniforme azul do pré escolar e perdida no meio de tanta criança feia que tinha ali . Eu não lembro por quanto tempo eu fiquei parada no playground, vendo os meninos irem brincar na gangorra e as meninas no escorregador, só sei que eu tava cansada, entediada, me sentindo excluída, querendo minha mãe e desejando, mais que tudo, voltar pra casa e ir assistir Sakura Card Captors na Tv Globinho . Do nada, uma mulher alta com cara de bicho papão veio falar comigo e perguntou meu nome . Eu falei, e ela foi embora . Isso se repetiu mais duas vezes . Na terceira vez, ela veio de novo fazer a mesma pergunta, então foi ai que eu disse as mais belas palavras : "Caramba, eu já te disse três vezes o meu nome, vai pro inferno, eu quero logo ir pra casa." . Pela cara que ela fez, eu acredito que ela queria pegar um pedaço de madeira e jogar encima de mim, mas ela deu as costas e foi embora . E, graças à Deus, não veio mais perguntar meu nome . Talvez porque achasse que, se eu respondesse daquele jeito de novo, ela não iria se segurar e iria me estrangular .
6 anos : Eu acho que minha festa de aniversário de 6 anos é um dos momentos que eu mais desejo apagar da minha memória . E da memória de todos também porque, fala sério, aquilo foi muito ... humilhante .
Eu tenho um tio que sempre levava a câmera dele nos meus aniversários e ficava gravando tudo que acontecia . E naquele dia não foi diferente . Eu estava lá na sala de casa com as minhas primas e uma amiga delas, quando começou a tocar aquela horrível música "Dança da motinha" . Não sei de onde elas tiraram a ideia de começar a dançar, só sei que, quando eu dei por mim, estava dançando no meio da sala uma música que eu nem sabia dançar, imitando todos os passos que elas faziam, e imitando bem mal, vale lembrar . Mas se tudo tivesse acabado naquela noite, tudo ainda ia estar bem . Mas não, a lembrança dessa dança ridícula me acompanha a vida toda, é realmente um fardo nas minhas costas . E, pra ficar pior, o meu tio gravou a festa inteira, inclusive eu dançando . E minha mãe adora falar para as minhas amigas sobre a existência desse vídeo, e ainda por cima me obriga a mostrar pra elas . Imagine agora a minha vergonha e vontade de morrer nesses momentos .
Eu tenho certeza que depois dos meu 6 anos de idade, eu tive muitos mais momentos horríveis, mas acho que já chega de me humilhar por aqui .
E depois de relembrar esse momentos tão ruins, eu só peço uma coisa : que meus filhos não nasçam tão encapetados como eu e saibam dançar . '-'